O dinheiro das compras já não rende como antes? Parece que tudo está caro demais? A inflação explica esse fenômeno. Hoje você vai entender por que os preços sobem e quais são as consequências para o seu dia a dia. Veja, ainda, maneiras de garantir uma situação econômica mais confortável.
Afinal, o que é inflação?
A inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela é calculada por diversos índices, como o IGP-M e o IPCA. Ambos têm o objetivo de medir a variação de uma determinada cesta de produtos, que é como chamamos uma categoria de itens específicos – alimentação, vestuário, transporte, etc.
Se a inflação num período foi de 1%, quer dizer que o aumento médio dos preços da categoria também foi de 1%. Porém, vale lembrar que a variação não é uniforme, então alguns produtos e serviços registram números mais altos que outros. Os percentuais também podem oscilar conforme o índice de referência utilizado.
Como é calculada a inflação?
Diferentes órgãos calculam a inflação no Brasil. A Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, é responsável pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como base para reajustar os valores de aluguéis de imóveis.
No entanto, o indicador mais difundido, e inclusive considerado o oficial do país, é o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA). Esse fica a cargo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Todo mês, o IBGE faz um levantamento em 13 áreas urbanas para conferir cerca de 430 mil preços em 30 mil locais de venda. Esses números são comparados com os valores do mês anterior, resultando num percentual de variação para aquele período.
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Já os produtos que compõem a cesta são definidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também do IBGE. Esse estudo verifica não só o que a população consome, como quanto da renda familiar é gasto com comida, material escolar, médico, lazer e outras categorias. Ou seja: essa é uma forma de perceber o peso que cada item tem no orçamento de um lar.
Vale destacar que, embora o IPCA não seja calculado nas 27 unidades federativas do país, sua abrangência é nacional. Por isso, ele aponta uma tendência de inflação para o mercado brasileiro como um todo.
Por que a inflação existe?
A inflação é um reflexo dos ciclos da economia. Não há uma explicação isolada para a elevação dos preços, mas, sim, um conjunto de fatores que levam a esse cenário.
Uma das razões mais fáceis de entender é o aumento da demanda. Quando muitos consumidores procuram pelo mesmo item ao mesmo tempo, pode haver dificuldade de garantir o fornecimento a todos. Essa escassez faz o preço subir, gerando inflação.
Os custos de produção são outro motivo para o reajuste. Se a matéria-prima está mais cara, o que também pode acontecer devido à falta do insumo no mercado, essa diferença será repassada ao consumidor final. É por isso que, numa safra ruim de uva, o suco e o vinho ficam com valores mais altos.
E ainda há a interferência do governo. Caso os gastos públicos sejam maiores que a quantia de impostos arrecadada, pode ser preciso emitir papel-moeda para quitar as dívidas. Assim, o volume de dinheiro em circulação fica maior que a oferta de produtos e serviços. A inflação pode ser consequência desse ato.
E a deflação, como funciona?
Aqui, você compreendeu melhor o que é a inflação, mas, além disso, outro termo ganhou destaque no cenário econômico do último ano e também causa dúvidas entre os brasileiros: a deflação.
A deflação acontece quando os preços de produtos e serviços caem de forma geral e contínua, por um longo período de tempo. Quanto a essa duração, não há uma unanimidade ou definição que forneça exatamente de quanto é o período para configurar a deflação.
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Ainda, a queda dos preços, conforme mencionamos acima, deve ser generalizada nos diversos segmentos de produtos e serviços, afinal, é assim que ela passa – como a inflação – a verdadeiramente impactar a vida das famílias brasileiras.
De forma prática, a deflação é um processo em que há mais produtos e serviços à disposição para venda do que as pessoas estão comprando. Em resumo, trata-se de uma alteração na lei da oferta e demanda.
Quais são os efeitos da inflação na sua vida financeira?
Agora que já explicamos como a inflação ocorre, vamos às consequências para a população. Destacamos abaixo três efeitos fáceis de perceber no dia a dia. Acompanhe:
1. Aumento de preços
A inflação muito alta distorce os preços. As pessoas mal conseguem entender o que está barato e o que está caro, pois ficam sem critérios de comparação.
Contudo, é importante perceber que a sua cesta de compras pode ser diferente da cesta média dos brasileiros. Por exemplo, se você mora numa casa sem crianças, provavelmente não terá gastos com material escolar. Dessa forma, a sua inflação pessoal pode ser menor, se comparada aos valores medidos pelo IPCA.
Fica a lição: o aumento de preços tem impactos diferentes na sociedade. O quadro muda de acordo com as necessidades e o estilo de vida de cada indivíduo.
2. Poder de compra
Imagine uma inflação acumulada de 5% ao longo do último ano. Se, durante esse tempo, você permaneceu com o mesmo estilo de vida e o salário continua igual, seu dinheiro perdeu valor. A renda não acompanhou a alta dos preços.
Na prática, os R$ 100 que você gastava na feira não são mais suficientes. Seriam necessários R$ 105 para adquirir a mesma quantidade de comida.
Pode parecer pouco para quem tem uma situação financeira confortável. Só que famílias que ganham entre um e cinco salários-mínimos sofrem bastante. Esse estrato social é mais vulnerável às variações, pois compromete toda a receita com gastos básicos, como alimentação, medicamentos e transporte.
3. Investimentos
Quem mantém aplicações financeiras já deve ter ouvido falar na Selic, a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central. Os rendimentos da poupança, da renda fixa e dos títulos públicos dependem desse indicador.
Em tempos de crise, o governo reduz a Selic como forma de aquecer a economia. Logo, os juros dos investimentos ficam mais baixos, às vezes até perdendo para a inflação.
Por outro lado, essa dinâmica também barateia os empréstimos. Isso pode levar mais pessoas a obter crédito para empreender, produzir e consumir de novo.
No longo prazo, a tendência é que haja aumento da demanda. Aí, se a inflação subir demais, o governo eleva a Selic. A economia esfria, mas os rendimentos das aplicações sobem.
Como se proteger da inflação
Deu para perceber que a inflação é algo que não podemos controlar sozinhos, certo? Um setor da economia impacta o outro de modos que podem ser imprevisíveis. Portanto, o melhor que você tem a fazer é monitorar o orçamento doméstico. Veja só:
– Evite compras por impulso (em vez disso, pesquise preços para aproveitar épocas de oferta);
– Use uma planilha para registrar todos os seus ganhos e gastos, mês a mês;
– Identifique os desperdícios, corte supérfluos e economize sempre que possível;
– Monte uma reserva financeira com o dinheiro que sobrar;
– Invista em aplicações rentáveis, que entreguem juros acima da inflação, para você manter seu poder de compra.
Quais as previsões para a inflação em 2023?
Com mudanças no cenário político do nosso país, as projeções econômicas para 2023 já ganham os noticiários de todo o Brasil e dão uma noção de como o brasileiro pode se preparar financeiramente para este ano.
Dando continuidade ao que aconteceu em 2022, projeta-se a diminuição da inflação, que pode ficar na casa de 4,9% para IPCA e INPC, mas ainda assim, acima do teto previsto. Apesar de estar diminuindo, ainda não se considera deflação, e sim, desinflação, que pode se configurar como um estágio anterior à deflação.
Diversos eventos nacionais e mundiais – como a guerra entre Rússia e Ucrânia – contribuem diretamente para essas projeções da inflação, as quais são mais brandas e possivelmente não gerarão grandes movimentos do mercado. Vale lembrar que até que novas medidas sejam anunciadas pelo novo governo, tudo gira em torno de especulações e precisamos ficar ligados aos próximos anúncios.
Inflação no dia a dia: como lidar?
Após compreender o que é a inflação e a deflação e como esses eventos impactam diariamente nossas vidas, fica muito mais fácil buscar novas formas de adaptar suas finanças pessoais.
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Estar atento às mudanças, acompanhar o cenário econômico e colocar a educação financeira em prática são algumas dicas para minimizar o peso da inflação. Afinal, como vimos, ela é uma realidade e cabe a cada um nós estar preparado para seus altos e baixos.
Entendido? Esperamos que o conteúdo de hoje tenha sido útil. Se você gostou, continue acompanhando nosso blog e nossas redes sociais para mais informações sobre educação financeira. Até breve!