
‘É bem difícil perder dinheiro investindo com essas taxas’ diz analista; veja classe de ativos para buscar até 7,18% de retorno acima da inflação
Maio foi um mês “perdido” para muitos investidores. No período, o Ibovespa caiu 3%, as expectativas da inflação (IPCA) foram revisadas para cima e o real teve o pior desempenho frente ao dólar dentre as moedas da América Latina.
Diante disso, as carteiras de muitos investidores encerraram o mês no negativo. Para junho, o cenário continua difícil: a bolsa segue em baixa e as incertezas com relação à economia interna ainda estão elevadas.
Contudo, para a analista da Empiricus Research Lais Costa, o investidor tem neste momento a oportunidade de investir numa classe de ativos em que é “bem difícil de perder dinheiro.”
Em maio, um dos temas que dominou os mercados foi a questão fiscal brasileira. A necessidade de aumentar a arrecadação do governo gerou muito ruído.
Segundo Lais Costa, a equipe do Ministério da Fazenda tem encontrado resistência política para aumentar a arrecadação e cortar as despesas.
Na primeira semana de junho, o presidente Lula barrou a cobrança de imposto de herança (ITCMD) sobre aplicação de previdência. Já nas despesas, a previsão é de um aumento de aproximadamente R$ 13 bilhões nos gastos com previdência.
Diante desse cenário, as expectativas com relação à inflação e à Selic voltaram a subir. No Boletim Focus desta segunda-feira (10), a projeção do IPCA passou de 3,88% para 3,90% em 2024 e da taxa básica de juros continua em 10,25%.
Na última quinta-feira (06), o presidente do Banco Central, Campos Neto, disse que, em um questionário do Copom, 80% das respostas indicam piora no cenário fiscal. E que, além disso, a expectativa de aumento da trajetória da dívida tem gerado prêmio de risco na curva de juros.
Ou seja, a dificuldade do governo em definir uma meta fiscal está levando os mercados a projetarem um aumento dos gastos públicos e consequentemente uma dívida maior. Com isso, a expectativa é de juros mais altos no futuro.
Embora esse contexto seja negativo para os ativos de risco, Lais aponta que ele abre oportunidade para o investidor buscar retornos com esta outra classe de ativos.
Isso porque existe uma categoria de títulos de renda fixa que se beneficia da incerteza fiscal.
Trata-se dos títulos indexados à inflação (IPCA+), que oferecem uma taxa pré-fixada, corrigida pelo IPCA.
Em geral, quando a curva de juros futuros sobe, seja por conta da incerteza fiscal ou por qualquer outro motivo, os novos títulos emitidos nessa categoria tendem a pagar prêmios maiores.
Numa das newsletters da Empiricus, Lais apontou que, neste momento, o investidor pode garantir retornos de IPCA + 6,19% investindo no Tesouro IPCA +2035, com juros semestrais.
De acordo com a analista, “a menos que tenhamos um cenário de dominância fiscal, é bem difícil perder dinheiro investindo a essas taxas reais.”
Ou seja, enquanto o cenário de incerteza fiscal se mantiver no Brasil, o investidor pode ter a oportunidade de “travar” uma determinada rentabilidade. E sem que o poder de compra seja corroído pela inflação.
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