
Deputados da base de Tarcísio veem distanciamento e falta de traquejo no Governo de SP
“O mundo técnico não gosta muito do mundo político. Mas o governo vai precisar da base para governar e vai precisar conversar”, diz o deputado Conte
GUILHERME SETO
SÃO PAULO, SP
Deputados aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) têm se queixado da falta de traquejo do governo estadual na relação com a Assembleia Legislativa de São Paulo. Diálogo truncado e pouca participação na gestão encabeçam a lista de problemas apontados. Os deputados direcionam as críticas aos que compõem o entorno do ex-ministro, que ainda é preservado e elogiado pelos parlamentares.
“O mundo técnico não gosta muito do mundo político. Mas o governo vai precisar da base para governar e vai precisar conversar”, diz o deputado Conte Lopes (PL).
Ele diz que o comentário no PL é o de que possuem 19 deputados e não comandam secretarias. “Muitos reclamam que não estão sendo ouvidos para nada”, afirma.
No envio do projeto de aumento salarial para os policiais, uma sucessão de falhas de comunicação converteu projeto que poderia ser positivo em motivo para desgaste do governo.
O texto propõe aumento salarial médio de 20% para toda a categoria, mas foi enviado para a Alesp sem diálogo anterior com os deputados da área da segurança pública e recebeu críticas pela proposta de aumentar a alíquota previdenciária e por tratar diferentemente policiais civis e militares. O governo Tarcísio retirou o item referente à alíquota, mas pediu aos deputados que aprovem o projeto como foi enviado, sem emendas.
A aceitação de emendas, ainda que de baixo impacto, é prática corrente na relação entre governadores e deputados, como um gesto de reconhecimento público da participação dos parlamentares no aperfeiçoamento de projetos. A ausência do gesto é atribuída pelos aliados de Tarcísio à falta de experiência em cargos políticos.