Vamos convergir para taxa de juros que não é 2%, mas não é 13%, diz Gustavo Franco
Ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco acredita que a taxa Selic deve iniciar a trajetória de baixa ao longo dos próximos meses
Lucas Bombana
São Paulo, SP
Ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco acredita que a taxa Selic deve iniciar a trajetória de baixa ao longo dos próximos meses, caminhando para um juro próximo do neutro, que é aquele que estimula a economia sem gerar pressão inflacionária.
“A gente vai convergir para alguma taxa de juros no futuro que não é 2%, mas não é 13%”, afirmou o economista durante evento em São Paulo nesta terça-feira (2).
Segundo o sócio da gestora Rio Bravo, a autoridade monetária reduziu os juros mais do que qualquer pessoa poderia imaginar durante a pandemia, e subiu mais do que se esperava quando teve de retomar o ciclo de alta.
“Vamos ver como será o ciclo de baixa agora, vai começar sei lá daqui quantas reuniões. Tem uma que vai terminar amanhã [quarta-feira], vamos ver”, disse Franco, em referência à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que começou nesta terça-feira e acaba nesta quarta. A expectativa majoritária do mercado é a de que a Selic seja mantida no patamar de 13,75% ao ano.
Franco disse que, desde que deixou a autoridade monetária, prefere não comentar os rumos da Selic às vésperas dos encontros do colegiado, para evitar qualquer aumento da volatilidade no mercado.
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O ex-presidente do BC acrescentou que a Selic “vai seguramente convergir” para um patamar próximo do juro neutro, “que eu não sei onde é. E se algum economista disser que sabe onde está o juro neutro, vai estar forçando um pouco a barra.”