Privatizar o Porto de Santos está ‘fora de cogitação’, diz França

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O ministro argumentou que portos são ativos estratégicos para a economia nacional, que não podem ser concedidos a empresas estrangeiras

O ministro dos portos e aeroportos, Marcio França, disse ontem que a privatização do Porto de Santos e de outras autoridades portuárias pelo País estão fora de cogitação. Segundo França, as tentativas do governo anterior nesse sentido foram um “devaneio”.

O ministro disse, ainda, que pretende lançar a concorrência para a construção do túnel Santos-Guarujá entre o fim desse ano e início de 2024, obra que será financiada com recursos do próprio porto. França deu as declarações em visita ao Porto do Rio, no fim da manhã de ontem.

O ministro argumentou que portos são ativos estratégicos para a economia nacional, que não podem ser concedidos a empresas estrangeiras, muitas delas estatais, que poderiam interferir na dinâmica de exportações do Brasil, concorrentes às de seus países.

“Isso (privatizar o Porto de Santos) está fora de cogitação. Foi um certo devaneio”, disse França. O ministro citou o exemplo da concessão portuária que aconteceu no Espírito Santo, onde as tarifas teriam sido aumentadas em 1.580%, gerando uma enxurrada de reclamação dos usuários, lista que inclui a mineradora Vale. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem insistido para que o porto seja privatizado. Procurado ontem, ele não se manifestou.

Sobre Santos, especificamente, França falou em adaptar o plano de condicionar uma eventual concessão à construção do túnel Santos-Guarujá. O atual governo pretende abrir a concorrência para a construção do túnel entre o fim desse ano e o começo de 2024 e, após ter a estrutura construída, conceder sua operação. “Vamos colocar publicada a concorrência do túnel esse ano ou no começo do ano que vem, sem precisar vender o Porto e com recursos do Porto. Era inocente a ideia de vender os portos”, afirmou. “A obra será pública (do túnel) e depois de pronto será concedido para alguém administrar.”

Integração no Rio

Segundo França, uma das motivações para a sua visita às instalações do Porto do Rio é verificar as possibilidades para aumentar a integração desse porto com a cidade e seus habitantes, o que ele considera mais fácil em função da proximidade com o centro da cidade.


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