Pressão de empresa faz superintendente do Cade ameaçar setor de gás com punição
O superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, ameaça proibir todas as empresas que comercializam GLP
Julio Wiziack
Brasília, DF
O superintendente-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Barreto, ameaça proibir todas as empresas que comercializam GLP, o gás de cozinha, de compartilharem infraestrutura de envasamento.
A decisão é uma resposta à pressão junto ao conselho do Cade feita por concorrentes, especialmente a Copagas, contra a parceria entre Supergasbras e Ultragaz.
O negócio será julgado no início de agosto e o superintendente defende que o compartilhamento é uma prática comum no mercado, motivo que o levou a aprovar, sem restrições, a parceria entre as duas principais empresas do ramo.
No Cade, os técnicos que trabalham nesse processo afirmam que a relatora do caso, Lenise Prado, fará voto contrário à parceria.
Embora haja tendência de que a maioria do conselho siga a recomendação da superintendência, Barreto já se armou contra uma decisão desfavorável no conselho.
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Disse que, se o caso for reprovado, proibirá –no dia seguinte e com uma canetada– o compartilhamento das infraestruturas de envasamento e armazenamento, prática que, segundo ele, criará um problema enorme para o setor. Com o compartilhamento, as empresas reduzem custos e investimentos.
Além da Copagas, entidades de defesa do consumidor afirmam que a parceria pode gerar retração na oferta de gás e aumento de preços ao consumidor. Dizem que o compartilhamento das operações seria, na prática, uma fusão. As reclamantes afirmam que a parceria fará surgir um grupo que concentra cerca de 60% do mercado nacional.
Supergasbras e Ultragaz negam fusão e afirmam que a parceira prevê o aprimoramento operacional das bases de engarrafamento, mantendo a independência societária, administrativa e comercial das duas empresas.
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