Crescimento global mais fraco esfria frenesi com techs, Treasuries e cobre

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As teses que impulsionaram os mercados financeiros globais este ano estão sendo rapidamente repensadas. Nos mercados de títulos e câmbio, investidores estão correndo para realocar seu dinheiro em meio a crescentes dúvidas sobre as perspectivas da economia dos Estados Unidos, o que levou à especulação de que o Banco Central americano (Federal Reserve, Fed) pode cortar as taxas de juros mais rapidamente ou mais profundamente do que o planejado. Tem mais: o consumo americano está enfraquecendo e isso começa a aparecer em uma série de resultados corporativos decepcionantes.

Na outra ponta, do mercado de ações, investidores começam a colocar em dúvida se os investimentos maciços das empresas de tecnologia em inteligência artificial irão render a curto prazo. Como resultado, os investidores estão freneticamente se desfazendo de ações de gigantes do setor, como Nvidia e Broadcom.

O cobre e outros metais industriais também estão revertendo uma recente alta, com a desaceleração da China e preocupações sobre os EUA e a tecnologia.

Na Apollo Global Management, o economista-chefe Torsten Slok disse aos clientes que “se a economia começar a desacelerar, entender qual será a velocidade é essencial. Uma desaceleração mais rápida teria implicações negativas para os lucros e aumentaria a probabilidade de uma liquidação nos mercados de ações e crédito.”

Aqui está um olhar sobre alguns dos movimentos notáveis do mercado:

Wall Street; bolsa de valores; dolar

Títulos do Governo

No mercado de títulos, essa perspectiva mais sombria de crescimento global está reforçando apostas em cortes de taxas. Os investidores estão comprando títulos de curto prazo em meio à preocupação de que a política monetária esteja se mostrando muito apertada, agindo antes que os custos de empréstimos caiam.

Na quinta-feira (25), o rendimento da nota do Tesouro dos EUA com vencimento em dois anos foi negociado apenas 12 pontos base acima do de 10 anos – a menor diferença desde meados de 2022 e bem longe da diferença de mais de 50 pontos base de um mês atrás.

Embora as chances de um corte de taxa pelo Fed na reunião da próxima semana pareçam muito pequenas, o mercado está agora precificando cortes mais profundos para o final deste ano.

LEIA MAIS: Crescimento econômico dos EUA volta a ganhar força no 2º trimestre; inflação desacelera

A reprecificação também está fortalecendo o iene, uma das maiores vítimas da política monetária mais apertada dos EUA nos últimos dois anos. A moeda japonesa subiu cerca de 6% em relação ao menor patamar verificado no início deste mês, de longe o maior avanço entre outras moedas.

Os investidores gostavam de tomar empréstimos em iene, a juros mais baixos, para financiar investimentos em rendimentos mais altos, como o peso mexicano ou os dólares australianos e neozelandeses. Mas agora acham que uma mudança está em andamento com a diferença entre a taxa de referência do Banco do Japão e seus homólogos prestes a diminuir.

LEIA MAIS: Inflação baixa nos EUA restabelece aposta em corte de juros pelo Fed já em setembro

Mercados de ações

Os mercados de ações dos EUA e da Europa foram impulsionados este ano por um consenso de que a inflação estava sendo controlada, permitindo que o Fed aliviasse a política monetária no final do ano e, assim, evitasse uma recessão.

Em meados de maio, o Índice Stoxx Europe 600 bateu recorde, oferecendo um retorno de 12% no acumulado do ano. O S&P 500 também estabeleceu um novo recorde, com ações de tecnologia liderando.


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