Automob oferece ao mercado ‘test drive’ na B3 após cisão da Vamos

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A cisão do braço de concessionárias de veículos pesados da Vamos que vai resultar na listagem de uma nova empresa, a Automob, joga luz sobre dois movimentos estratégicos que a Simpar, holding da família Simões e que também é controladora de JSL e Movida, já ensaiava há algum tempo em seu portfólio.

O primeiro é que a transação, que ainda precisará de aval dos acionistas em assembleia que deve ocorrer em meados de novembro, faz da Vamos uma empresa puramente de locação de máquinas e tira dela o peso das concessionárias, que vêm operando com prejuízo operacional de R$ 39 milhões neste ano, segundo documento divulgado pelas empresas neste domingo (29).

Para entender melhor: a Vamos, uma empresa que já é listada desde 2021, vai virar duas empresas listadas, uma de locação de máquinas e outra de concessionárias de máquinas. O braço de locação continuará a se chamar Vamos. Já a frente de concessionárias irá comprar a Automob da Simpar por R$ 1 bilhão e vai juntar as duas empresas em uma nova, que também se chamará Automob.

Além do desempenho aquém do esperado em termos de geração de caixa, a rede de concessionárias da Vamos não tem margem. Aos números: enquanto o negócio de locação de máquinas entregou margem Ebitda de 72% até agora em 2024, a frente de concessionárias teve margem negativa de 1,5%.

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O ciclo de baixa das commodities agrícolas foi o principal detrator do balanço, reconheceu a Vamos ao mostrar seu balanço do segundo trimestre. Como resultado, as ações caíram mais de 10% no pregão seguinte à divulgação, muito pelo resultado das concessionárias. Neste ano, os papéis da Vamos caem quase 30% – o número seria pior não fosse a alta de 1,69% nesta segunda-feira (30).

Diante dessa avaliação negativa do mercado, investidores vêm, há mais de um ano, estimulando a Simpar a preparar a separação dos negócios da Vamos. O entendimento é que a Automob, a rede de concessionárias de veículos leves do grupo, teria estrutura e conhecimento para suportar e ajudar a recuperar o braço de venda de caminhões e máquinas que hoje pertence à Vamos.

Neste ano, a Automob entregou 4,9% de margem Ebitda, número considerado positivo para o atual momento do varejo. “O mercado vê comportamentos de caixa distintos entre a Vamos locação e a Vamos concessionárias. Enquanto a locação é um negócio de longo prazo, a parte de concessionárias está sujeita aos ciclos econômicos”, diz uma pessoa próxima ao grupo da família Simões.

A cisão também permite que a Simpar siga apostando no agronegócio por meio da Automob.
Embora seja visto hoje pelo mercado como um ponto negativo dentro do balanço da Vamos, o agro é sempre um segmento promissor no país. “O agronegócio está numa fase de baixa, mas, no momento bom, as concessionárias da Vamos chegaram a entregar lucro líquido de R$ 248 milhões [em 2022], com margem de 8,4%”, lembra a fonte.

Investidor conhecerá a Automob

O segundo movimento da Simpar é colocar na Bolsa uma empresa vista como promissora: a Automob, que aposta na consolidação de concessionárias de automóveis. Com um plano agressivo de consolidação, a companhia saiu de uma receita líquida de R$ 618 milhões em 2020 para R$ 9,35 bilhões neste ano, com lucro líquido saindo de R$ 9 milhões para R$ 58 milhões.


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