
Ciclo interrompido? Corte na Selic na reunião da próxima semana ‘sobe no telhado’, vê Santander
O mercado está cada vez mais pessimista em relação a continuidade do ciclo de afrouxamento da política monetária no Brasil. Esta semana, o Itaú já amargou as projeções para a Selic e, agora, chegou a vez do Santander.
O banco elevou sua aposta para a taxa básica de juros a 10% ao final de 2024. Antes, a expectativa era de 9,75% ao ano.
A economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) opte por uma manutenção dos juros na próxima reunião, que acontece entre 18 e 19 de junho. “Ciclo interrompido”, diz.
Os cortes devem voltar só nos dois últimos encontros do ano, sendo de 0,25 ponto percentual (p.p.) cada. Segundo a equipe de macroeconomia do banco, a justificativa para a volta da flexibilização no Brasil é quádrupla:
- o ciclo de flexibilização nos Estados Unidos deve começar ainda no quatro trimestre de 2024 (4T24);
- a atual dinâmica da inflação deve continuar benigna até o final do ano;
- as expectativas de inflação não deve se deteriorar mais; e
- a atividade deve retornar à tendência de desaceleração no segundo trimestre (2T24), dado o menor impulso fiscal.
Cenário macroeconômico não colabora para cortes na Selic
Vescovi e a equipe de macroeconomia do Santander destacam que na reunião passada, o Copom migrou oficialmente seu tom para maior preocupação com as expectativas de inflação.
“O Comitê mudou a sua opinião sobre as expectativas de ‘parcialmente ancoradas’ para ‘não ancoradas’. Apesar da nossa convicção de que não deverá ocorrer qualquer deterioração adicional, as expectativas no horizonte político pioraram de -3,65% para -3,80% desde a última reunião”, ressaltam.
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