Juro do rotativo do cartão de crédito fica em 434,4% em novembro, mostra B

A taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas no rotativo do cartão de crédito ficou em 434,4% ao ano em novembro de 2023 -cerca de um mês antes das mudanças impostas na modalidade-, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (4).

Houve um recuo de 10,6 pontos percentuais na modalidade na comparação com outubro, quando a taxa estava em 445% ao ano. Apesar da redução mensal, em 12 meses até novembro o avanço foi de 38,1 pontos percentuais.

No ano passado, o rotativo ainda não estava sujeito à nova regra que limita os juros cobrados na modalidade. Desde quarta (3), a dívida de quem atrasa o pagamento da fatura do cartão não pode mais superar o dobro do montante original, incluindo juros e encargos.

As altas taxas praticadas no rotativo entraram na mira do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro trimestre do ano passado. Diante do impasse nas discussões, uma solução para reduzir os juros acabou passando pelas mãos do Congresso Nacional.

As novas regras para o rotativo foram estabelecidas pela lei do Desenrola, sancionada em outubro, e regulamentada em dezembro pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) -colegiado formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Já a inadimplência no rotativo do cartão atingiu 53% em novembro -alta de 9,7 pontos percentuais em 12 meses, apesar do recuo mensal de 1,9 ponto percentual na comparação com outubro.

O rotativo é a linha de crédito mais cara do mercado, recomendada por especialistas apenas em casos emergenciais. Ele é acionado quando o cliente não paga o valor integral da fatura na data de vencimento.

Desde 2017, os bancos são obrigados a transferir a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, que possui juros mais baixos, após um mês.

Em novembro, a taxa média do parcelado do cartão teve redução de 0,4 ponto percentual, para 195,2% ao ano -contra 195,6% um mês antes. Segundo dados do BC, a inadimplência na modalidade foi de 9,7%, após queda de 0,3 ponto percentual no mês na comparação com outubro (10%).

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