
Petrobras reduz dividendos em nova política de remuneração a acionistas
A empresa alterou também o conceito de investimentos que definem o valor dos dividendos, incluindo aquisições de participações acionárias
NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira (28) uma nova política de dividendos, que reduz o valor distribuído aos acionistas. A companhia ainda abriu a possibilidade de criar um programa de recompra de ações, como suas concorrentes.
A mudança na política de dividendos é uma das promessas de campanha do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), crítico da política que levou a Petrobras a se tornar uma das maiores pagadoras do mundo durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
A nova política reduz de 60% para 45% do fluxo de caixa livre, que é a diferença entre fluxo de caixa e investimentos que será destinada a dividendos, quando a dívida da companhia estiver abaixo dos US$ 65 bilhões.
A nova política estabelece ainda remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões em dividendos sempre que o preço do petróleo estiver acima dos US$ 40 por barril, independente do nível de endividamento.
A empresa alterou também o conceito de investimentos que definem o valor dos dividendos, incluindo aquisições de participações acionárias.
Segundo a estatal, a nova política mantém o objetivo de “promover a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a perenidade e a sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos da Petrobras, sem comprometer a capacidade de crescimento da companhia”.
A regra atual foi criada ainda no início da gestão Jair Bolsonaro (PL) e levou a empresa a adquirir o status de “vaca leiteira”, como são chamadas as boas pagadoras de dividendos. Em 2022, a Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, segundo a gestora Janus Henderson.
Com a redução aprovada nesta sexta, a Petrobras se aproxima de concorrentes internacionais que usam o indicador de fluxo de caixa como parâmetro e, segundo levantamento do Goldman Sachs, distribuem entre 25% e 40% do indicador.
A gestão petista defende que uma parte maior da geração de caixa seja destinada a novos investimentos em segmentos abandonados por gestões anteriores, como energias renováveis e petroquímica.
Desde que assumiu a presidência da companhia, em janeiro, Jean Paul Prates tem defendido um diálogo com o investidor para debater que tipos de projetos podem receber dinheiro que antes era destinado a dividendos.
A expectativa é que uma revisão do plano estratégico ainda nas próximas semanas, já com alguma indicação de aporte em projeto de energias renováveis e confirmação de aportes em unidades de refino baseadas em óleos vegetais. Um novo plano estratégico, porém, só será divulgado no fim do ano.
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